Vai passar nessa avenida um samba popularnCada paralelepípedo da velha cidade essa noite vai se arrepiarnAo lembrar que aqui passaram sambas imortaisnQue aqui sangraram pelos nossos pésnQue aqui sambaram nossos ancestraisnNum tempo página infeliz da nossa história,npassagem desbotada na memórianDas nossas novas geraçõesnDormia a nossa pátria mãe tão distraídansem perceber que era subtraídanEm tenebrosas transaçõesnSeus filhos erravam cegos pelo continente,nlevavam pedras feito penitentesnErguendo estranhas catedraisnE um dia, afinal, tinham o direito a uma alegria fugaznUma ofegante epidemia que se chamava carnaval,no carnaval, o carnavalnVai passar, palmas pra ala dos barões famintosnO bloco dos napoleões retintosne os pigmeus do boulevardnMeu Deus, vem olhar, vem ver de perto uma cidade a cantarnA evolução da liberdade até o dia clarearnAi que vida boa, ô lerê,nai que vida boa, ô laránO estandarte do sanatório geral vai passarnAi que vida boa, ô lerê,nai que vida boa, ô laránO estandarte do sanatório geral... vai passarnn