O gavião nAcordou de manhã cedo nQuem rasteja o chão tem medonde ver gavião voarnnSentindo o frio nQue o vento da manhã traznVira o pescoço pra trásnSolta um grito de assustarnnBebeu da água nDa corrente do baixionQuantos peixes tem no rio nNunca pensou perguntarnnMora na matanPorém ninguém sabe ondenQue o gavião não se escondenTem jeito pra se encantarnnMontou no ventonPra ouvir o que o vento ensinanToda ave de rapinanEntende o vento falarnnChegou voando nDesceu por cima da serranA sua visão não erranNão tem quem possa escaparnnPousou no paunPor lá ficou de vigianRecebendo a brisa frianEsperando alguém passarnnEstica a asanBalança se espreguiçandonFica tranqüilo esperandonO momento de atacarnnDe lá de cimanTudo no mundo conhecenE até seu grito parecenCom o mergulho de caçarnnDesceu ligeironPegou bicho pela unhanNunca sobrou testemunhanQue se possa confiarnnNão tem vivente nComo o gavião do valenNem lei no mundo que calenSua voz de governar